Pensamentos e Reflexões
Pensamentos e Reflexões
Quando a vida nos favorece
A vida sempre favorece àquele que no palco do mundo cumpre seu papel e faz a sua parte, porque possui suas leis sincronizadas com o Universo e tudo precisa fluir. Assim, cada existência é uma oportunidade para a alma se alinhar a essas leis.
Enquanto na forma humana, a alma experimentará os desafios e obstáculos próprios deste plano. Os desafios vão identificar o grau de aprendizado que a alma já adquiriu nas suas várias descidas à forma. Atenta a tudo o que acontece, a vida vai favorecer àquele que se esforça para cumprir o que foi combinado e cobrará vigorosamente dos distraídos que acreditam estarem aqui à passeio. Todos tem compromisso com o Todo. Como num grande quebra-cabeça, cada alma é uma peça que tem seu lugar e importância e sem a qual o quadro não se completa, a equação não fecha. Como uma variável da equação, sua presença é indispensável para que a equação faça sentido. O sucesso de cada alma é o sucesso do Todo e seu fracassa também.
Portanto, existe uma responsabilidade espiritual, universal, humana e individual de todos com todos e cada alma precisa estar ciente. A questão é do individual consigo, mas também com os demais; se a alma trava, ignora, se perde interfere na sincronia do Universo que fica no aguardo de que a alma distraída reencontre seu lugar e retorne ao ritmo que levará a todos ao propósito final: Divindade, ou seja, retornar para a casa do pai, seu verdadeiro lugar.
A Busca
Diante das pequenas realizações que se afiguram dignas de pena, a criatura humana busca no além-estrelas as respostas que nunca obterá. Não porque não existem, mas por não estarem onde são procuradas.
O presente é o palco onde as mesmas desfilam livres, simples e visíveis ao coração virtuoso. A auto compreensão depende da observação desprovida de preconceitos de como se está. A razão e a lógica conduzem ao entendimento da verdade. A existência humana é uma tentativa de equilibrar o Eu Sou e o Eu Estou. E nesta tentativa reside a evolução das criaturas filhas do universo.
A ORIGEM DOS COMPORTAMENTOS
A ação humana tem duas fontes, o destino que cada um trás cravado na alma e que vamos chamar de imponderável e a educação recebida no seio da família, que é o ponderável. O Imponderável e o Ponderável são duas forças motrizes que agem no universo e independem da escolha dos seres.
O Imponderável governa as coisas que trouxemos conosco, o karma e o darma de cada um. Precisam ser vivenciados, compreendidos e entendidos para que acabem, pois são consequências de ações ruins praticadas no passado ou méritos por boas ações deste mesmo passado. Não existe sorte nem azar, apenas mérito e demérito.
O Ponderável, esse governa as coisas adquiridas nessa existência, logo mutáveis pela sua própria natureza. Vêm da educação e dos exemplos oriundos da família básica.
De acordo com a natureza de cada ser, há pessoas que vêm para ser luz, outras para ser treva e a maioria vai oscilar entre estas duas forças até encontrar o ponto de equilíbrio.
Ser luz ou ser treva não é uma escolha pessoal consciente e sim espiritual. Nesse plano terreno o bem e o mal são necessários e precisam ser vivenciados, disso depende a evolução tanto individual como coletiva. O Ponderável e o Imponderável são a origem do comportamento humano. Sempre foi assim e sempre será.
AUTOPUNIÇÃO – Uma fonte das doenças emocionais
Auto é um prefixo que indica consigo mesmo; punição é pagamento, compensação por algo errado contra que se praticou.
Autopunição é um processo mental de reparação que é desencadeado quando o indivíduo reconhece que cometeu algum erro, intencional ou não e que não recebeu punição externa. Então ele se torna juiz e carrasco de si mesmo. A culpa é a sensação que gera a emoção de mal estar diante do erro cometido ou do qual se é acusado.
Porém, esse erro pode ser real ou incutido, programado por alguém, normalmente na infância quando a criança é responsabilizada por situações ou fatos vindos de pais ignorantes, insensíveis que projetam suas próprias culpas na criança. Há uma programação milenar na espécie terráquea que diz: "culpado merece castigo", assim se o meio não castiga a mente dá um jeito de cobrar essa culpa do próprio indivíduo que sofrerá uma autopunição. Grande parte das doenças emocionais e até as físicas são oriundas de processos de autopunição por culpas introjetadas. Por exemplos: algumas dermatites, dores nas costas, dores de cabeça, TPM, problemas ginecológicos, doenças genitais, cardiopatias, entre outras...
É necessário sempre se perguntar: por que estou fazendo isso comigo? Ninguém faz conosco o que não permitimos. Então a questão é: por que permitimos? Faz-se necessário sempre reavaliar nossas crenças, questionar valores e desenvolver o amor próprio e o autorrespeito para não cairmos na armadilha da culpa e da autopunição. Ainda que venham do passado podem e devem ser corrigidas no presente.
Meus pés vão pisando a terra.
E foi assim, meus pés vão pisando a terra encharcada de suor da pele dos homens. Homens que trazem no peito a saudade de um lugar distante, quem sabe de um amor, uma dor, uma alegria. Quem sabe um desejo e voltar ou não voltar. E assim, encharcamo-nos nos nossos pesares, nos restos de esperança de que um dia esta vida possa mudar.
DIGNIDADE – O Autorrespeito
A dignidade assim como a liberdade e a felicidade são ideias vindas do mundo Intangível. Porém, a dignidade é possível e necessária para a condição dos homens visando a superação das dificuldades e a evolução. Somos unidades em busca da individuação que a condição terráquea nos ajuda a adquirir.
A grande questão são os apelos da materialidade que nos tornam comuns, bandos, rebanho, tribos, clãs. Perdemos parte da identidade espiritual e somos conduzidos e manipulados.
Dignidade é o autorrespeito necessário para aceitar apenas o auto comando. Há dentro de cada um o senso de direção, a percepção do destino, mas isso só funciona se não houver distrações e desvios geralmente originados na primeira infância através do relacionamento familiar. Digno é aquele que cuida da própria vida, que segue a própria intuição, que faz as escolhas conforme seu entendimento e que sabe quando dizer sim e não. Digno é aquele que se conhece e se aceita sem se deixar dominar e influenciar por outros e sim que segue seu senso crítico. O digno não se sujeita não se curva, não aceita mentiras, corrupção ou favorecimentos. Não faz acordos, não entra na onda e não se importa com o que pensam a seu respeito, respeita as diferenças e é sempre honesto consigo e com os demais.
Pode parecer difícil encontrar pessoas
dignas no momento em que vivemos, mas elas sempre existiram em todos os tempos
e lugares. Graças a elas nossa espécie evoluiu moralmente, embora em passos
lentos e provavelmente é por conta disso que ainda não caímos em total
descrédito perante nós mesmos. Lembrando que não somos seres imperfeitos,
apenas inacabados. Imperfeito é
aquilo que está pronto e apresenta falhas, inacabado é aquilo que ainda não
está pronto. Esse é o nosso caso: inacabados.
A evolução se encarrega de nos terminar tendo a dignidade como caminho.
DESAPEGO
Sendo todos viajantes do tempo e pelo espaço, e compreendendo essa verdade, certamente a senda humana ficará, pelo menos, mais suportável.
Na passagem, as paradas são tão somente paradas: o viajante sabe que não pode ficar nem fixar morada. Apegos, apesar de comuns, são barreiras á evolução. O coração do viajante sabe aonde mora, sabe como e quando voltar.
Se entender que "a dor que ainda não surgiu pode ser evitada", seguirá o projeto original, se esquivando da tão comum solidão humana. A solidão é uma condição natural do ser: quando se é só, se é inteiro. Quando se apega o humano se divide; fica apenas com metade de si. Aqui reside a causa do sofrimento, a grande busca de sua outra metade que deixou com o outro. Então, ao encontrar sua outra metade no outro, devido à falta de orientação e á ilusão; ocorre não apenas o pegar de volta a sua parte, mas toma posse de uma parte do outro. Vemos então uma multidão de metades com metades: poucos percebem essa tragédia emocional. Nesse momento é que se faz necessário o uso das virtudes: renúncia, discernimento e coragem para largar a parte do outro e ficar apenas com a sua.
Paciência e Tolerância
São palavras muitas vezes consideradas sinônimos, mas não o são.
Paciência é uma qualidade da alma que leva á percepção da necessidade do respeito e considerar a Temporalidade. Nada acontece nem antes nem depois do seu tempo.
Já a Tolerância é uma Sujeição a algo ou alguém que incomoda, mas não se sabe como se livrar. Tolerância leva á Condescendência e ambas não significam harmonia, apenas subordinação.
PROCRASTINAÇÃO
Como definição é o ato de adiar a realização de tarefas até o último minuto ou de buscar distrações durante a execução delas. Para a Psicanálise Analítica é estagnar diante de uma ação necessária. Esta estagnação ou ainda auto - sabotagem é oriunda de uma infância sem estrutura onde a criança não aprende a acreditar em si, na própria capacidade e no seu merecimento. Pais desorientados com seus comportamentos incoerentes, vão empurrando a vida, sempre deixando para depois. É aquela promessa nunca cumprida, aquele "depois te dou", ou o famoso "agora não". Então a criança aprende a agir igual e vai para a vida adulta deixando sempre para depois, para mais tarde no, para "talvez um dia".
Daí teremos um adulto com muitas coisas acumuladas e não resolvidas que não consegue agir no aqui e agora. Trava diante das responsabilidades e vive sempre no limiar do tempo. Como consequência terá angústia, ansiedade, falta de objetividade, culpa, pois tem noção da sua própria inércia e medo do futuro. Está sempre em busca de "algo", sempre jogando tudo para "depois".
A realidade presente o sufoca e tem dificuldade para estabelecer relacionamentos duradouros porque vive na superfície dos sentimentos, das emoções e dos afetos. Sua falsa sociabilidade é um disfarce para não se aprofundar em nada, pois lhe é muito difícil acreditar que as coisas podem ser diferentes e que pode assumir a responsabilidade do seu destino. É alguém facilmente influenciado por pessoas habilidosas na arte das promessas. Pois acredita que as outras pessoas sempre sabem mais, podem mais e que a ele cabe apenas "esperar" que o caminho se mostre.
EGO
O Ego é a manifestação comportamental anormal da Persona. É como ela se relaciona com as outras personas a partir dos seus desajustes e conflitos. É aquilo que se defini como caráter de uma pessoa que vai determinar o seu Agir. E este Ego, o caráter, vai depender muito de como a Persona compreende e entende as coisas do mundo. Uma Persona bem estruturada e forte gera um caráter virtuoso, do contrário teremos um egoísta, egocêntrico, manipulador, vaidoso de si, mau caráter, um sociopata.
LAÇOS DE FAMÍLIA – São Eternos.
Laços de família são vínculos que vão e estão além desta vida terrena. Cabe lembrar que esta existência é apenas parte da grande vida, da grande jornada pelo universo. Nessa viagem e nos vários retornos que se faz à terra se deixam coisas inacabadas, relações não resolvidas, desculpas não pedidas ou não aceitas, erros não reparados. A única maneira de resolver estas questões é voltando na mesma família para uma nova convivência. Freud disse: "A família é o berço da ternura, mas também da neurose e da psicose". É nela que se enfrentam os maiores desafios e problemas dessa existência. Os traumas que o indivíduo vai enfrentar na adolescência ou na vida adulta são decorrentes da relação familiar insatisfatória. Muitas vezes são inimigos dividindo o mesmo espaço, noutras um que já perdoou, mas o outro ainda não. Há ainda casos de indivíduos que vêm para tentar ajudar um amigo de outras existências. Estes são os chamados anjos da guarda.
Mas, seja qual for o motivo pelo qual se volta, os laços permanecerão acompanhados de bons ou maus sentimentos ou intenções até que a questão ou as questões entre os indivíduos sejam resolvidas de forma harmoniosa. A vida diz: "Estragou: concerta; Errou: corrige".
O TEMPO QUE SE TEM
O homem navega e trafega através da consciência entre três mundos: o passado, o presente e o futuro. No passado busca os sucessos adquiridos ou lamenta e se puni pelos erros e fracassos. O banco de memória do sistema nervoso humano registra como lembranças, saudades, aquilo que foi...
No futuro o homem deposita a esperança do que poderá vir a ser. Mas, o futuro não existe assim como o passado. Eles são tempos que não nos pertencem.
Então o tempo que nos resta é unicamente o presente. É no presente que através da vontade se pode resolver questões pendentes do tempo passado e é nesse mesmo tempo presente que se define o tempo futuro pelas escolhas que se faz aqui e agora. Assim, o único e verdadeiro tempo que se tem é o Presente. Presente é algo bom e belo que ganhamos de quem nos quer bem.
O tempo presente é um presente de Deus para o homem corrigir a rota do passado e traçar a rota do futuro.
INTELIGÊNCI A – Capacidade para resolver problemas
A inteligência é o uso correto da racionalidade para resolver problemas práticos da vida diária. Para que a inteligência se desenvolva faz-se preciso estímulos. Por isso o corpo tem os cinco sentidos que servem de radar e impulso para que o ser se sinta atraído e curioso por tudo o que o cerca. Podemos observar isso na criança. Já quando adulto o homem usa o pensamento para observar, analisar, avaliar, concluir e solucionar.
Quanto mais se usa o pensamento para buscar o entendimento sobre a essência e causa das coisas, mais fácil fica resolver os desafios naturais que a vida nos impõe.
Os filósofos afirmam que todo o problema já trás em si a solução. Basta que através da inteligência, regida pelo pensamento olhemos com olhos de quem procura par encontrarmos a solução e não nos baseamos em respostas prontas determinadas por outras inteligências que se permitirmos vão se impor e tentar dominar. Então pense com a tua cabeça, olhe com teus olhos e conclua com tua inteligência.
AUTOPUNIÇÃO - A fonte das doenças emocionais
Auto é um prefixo que indica consigo mesmo; punição é pagamento, compensação por algo errado contra que se praticou.
Autopunição é um processo mental de reparação que é desencadeado quando o indivíduo reconhece que cometeu algum erro, intencional ou não e que não recebeu punição externa. Então ele se torna juiz e carrasco de si mesmo. A culpa é a sensação que gera a emoção de mal estar diante do erro cometido ou do qual se é acusado.
Porém, esse erro pode ser real ou incutido, programado por alguém, normalmente na infância quando a criança é responsabilizada por situações ou fatos vindos de pais ignorantes, insensíveis que projetam suas próprias culpas na criança. Há uma programação milenar na espécie terráquea que diz: "culpado merece castigo", assim se o meio não castiga a mente dá um jeito de cobrar essa culpa do próprio indivíduo que sofrerá uma autopunição. Grande parte das doenças emocionais e até as físicas são oriundas de processos de autopunição por culpas introjetadas. Por exemplos: algumas dermatites, dores nas costas, dores de cabeça, TPM, problemas ginecológicos, doenças genitais, cardiopatias, entre outras...
É necessário sempre se perguntar: por que estou fazendo isso comigo? Ninguém faz conosco o que não permitimos. Então a questão é: por que permitimos? Faz-se necessário sempre reavaliar nossas crenças, questionar valores e desenvolver o amor próprio e o autorrespeito para não cairmos na armadilha da culpa e da autopunição.
Ainda que venham do passado podem e devem ser corrigidas no presente.
FÉ E CRENÇA – QUAL A DIFERENÇA?
Tudo no plano terreno é por merecimento, tanto as situações favoráveis como as desfavoráveis. Assim, não há injustiça na natureza e sim nas atitudes dos indivíduos.Cada indivíduo vai atrair o que é próprio para o seu nível, ou seja, o que merece. Assim funciona a Fé e a Crença.
Fé é convicção, certeza, Dom adquirido por espíritos evoluídos. Ela requer conhecimento, compreensão e principalmente entendimento para existir. Não pode ser aprendida logo não pode ser ensinada. Ela vem do espírito que sabe, conhece e por isso tem fé. Quem tem fé conhece a essência daquilo no qual acredita. O homem de fé conhece sua própria natureza e como a vida funciona, sabe de onde veio o que veio fazer e para onde vai. É conhecedor de que tudo o que precisa está nele e não fora dele. Deus, o criador é a fonte, ele, a criatura é a obra que se manifesta íntegra, á imagem e semelhança do arquiteto que o criou.
Crença é criação da Persona dominada pelo Ego. O Ego, essa falsa Persona cheia de ilusões criada pelos mecanismos de defesa, é oportunista e vai crer naquilo que lhe convier, seja verdadeiro ou falso. De caráter dominador, a crença utiliza-se, muitas vezes do medo para impor uma ideia, cultura, tradição. O crente busca uma compensação, um milagre, uma ajuda ou benefício momentâneo sem se preocupar com a verdade. Neste caso o indivíduo não tem merecimento, mas quer aquilo que não lhe é devido. Implora ajuda de Deus, alguém que ele também não sabe quem é, através de promessas, sacrifícios e não faz a sua parte. Cria um Deus mercenário que precisa ser adorado, paparicado que é tão oportunista quanto. Se não obtém o que deseja ele troca de Deus substituindo-o por alguma coisa que lhe traga a falsa ilusão de felicidade. E assim segue sua saga cumulando desilusão e frustração até que no final ele vai ter a sabia conclusão de que o Deus que ele tanto adorou não existe.
Mas este planeta é local de purificação onde convicto e crente caminham lado a lado cada um no seu tempo e ritmo e assim a vida segue.
Liberdade e Livre arbítrio- A diferença
Liberdade é uma ideia, um propósito, uma busca, segundo Platão. O ser humano na forma terráquea consegue apenas ter uma ideia da liberdade, isto porque liberdade significa isenção total de qualquer forma de condicionamento, é estar fora das ações do imponderável.
O imponderável é a força que controla 60% da nossa vida diária sem que contra ele tenhamos poder. A condição terráquea já é por si prova de que não somos livres. Estamos limitados a um corpo que tem vida própria funcionando independente da nossa vontade. Ninguém controla a circulação sanguínea, ou a digestão ou ainda o funcionamento do sistema nervoso central, ou seus hormônios circulantes. Estamos sujeitos as interferências da natureza, dos outros seres. Estamos sujeitos à dor, à insegurança, ao medo, às doenças e a todo um arsenal de infelicidades que não podemos evitar.
Cabe-nos apenas o livre arbítrio que é a escolha não do que fazer, mas apenas de como fazer o que temos que fazer. Assim, ser livre não é próprio de quem está na matéria, não vale para a nossa condição atual por conta dos condicionamentos e dos resgates que cada um tem para fazer. Resta apenas o limitante livre arbítrio que muitas vezes mais atrapalha do que ajuda por conta das escolhas erradas que fazemos por ignorância.
DESAPEGO
Sendo todos viajantes do tempo e pelo espaço, e compreendendo essa verdade, certamente a senda humana ficará, pelo menos, mais suportável.
Na passagem, as paradas são tão somente paradas: o viajante sabe que não pode ficar nem fixar morada. Apegos, apesar de comuns, são barreiras á evolução. O coração do viajante sabe aonde mora, sabe como e quando voltar.
Se entender que "a dor que ainda não surgiu pode ser evitada", seguirá o projeto original, se esquivando da tão comum solidão humana. A solidão é uma condição natural do ser: quando se é só, se é inteiro. Quando se apega o humano se divide; fica apenas com metade de si. Aqui reside a causa do sofrimento, a grande busca de sua outra metade que deixou com o outro. Então, ao encontrar sua outra metade no outro, devido à falta de orientação e á ilusão; ocorre não apenas o pegar de volta a sua parte, mas toma posse de uma parte do outro. Vemos então uma multidão de metades com metades: poucos percebem essa tragédia emocional. Nesse momento é que se faz necessário o uso das virtudes: temperança e coragem para largar a parte do outro e ficar apenas com a sua.
MEDO – Sensação de Impotência
O Medo é uma sensação causada pela liberação de hormônios como a adrenalina, que causam imediata aceleração dos batimentos cardíacos. É uma resposta do organismo a uma estimulação aversiva, física ou mental, cuja função é preparar o indivíduo para uma possível luta ou fuga. Antes de sentir medo, a pessoa experimenta a ansiedade, que é uma antecipação do estado de alerta. Entre outras reações fisiológicas em relação ao medo, podemos citar o ressecamento dos lábios, o empalidecimento da pele, as contrações musculares involuntárias como tremedeiras, entre outros.
Existem dois tipos de medo: o Natural ligado aos instintos cuja função é a sobrevivência; Condicionado, aquele que se origina a partir de uma sensação de deslocamento em relação a uma pessoa, coisa, fato ou circunstância, que gera instabilidade, que gera insegurança que deságua no medo.
Deslocamento é a sensação de se estar fora do contexto, não fazer parte do lugar ou situação em que se encontra. Instabilidade e a sensação de não se saber o que fazer diante do deslocamento. A insegurança é uma sensação ruim por não se sentir aceito, não ser bem vindo. O medo é a sensação de impotência diante daquilo que gera a insegurança. Isso pode levar á duas atitudes: uma reação de luta ou de fuga.
Em alguns casos, pela repetição da ação agressiva o organismo reage de forma exagerada ao medo, fazendo com que esse estado de alerta se transforme em um estado patológico grave, quando o medo vira fobia. A fobia é uma antecipação do medo ou da ansiedade. Sua característica mais importante é o comprometimento da relação que o sujeito estabelece com o mundo que o cerca. A fobia paralisa, impede que o indivíduo se relacione com o objeto de seu medo. O medo condicionado deve ser levado á sério e tratado, pois impede o indivíduo de enfrentar os desafios e o faz perder muitas oportunidades, além do mal estar físico que ocasionada através da ansiedade. Verifique do que você tem medo
MATURIDADE – Um processo que exige tempo
A Maturidade é um dos estágios de desenvolvimento dos humanos. Ela requer certo tempo e esse tempo exige experiências. Assim, uma pessoa madura é aquela que passa pelas idades com experiências, mas mais do que isso, precisa acumular aprendizado com os erros, adquirir prudência, perder a pressa e entender a importância da busca de conhecimento. Infelizmente alguns não atingem este estágio e saem do planeta imaturos.Um indivíduo só compreende e entende o processo do viver quando passando pelas experiências do dia-dia, vivenciando a temporalidade e utilizando a razão e a inteligência encontra seu lugar no mundo e consegue ser útil para si e para o meio. Logo, envelhecer é amadurecer, amadurecer é tornar-se sábio.
O QUE NOS DEFINE
A grande busca na jornada humana é a auto-definição, ou a Individuação.
Há os que pensam que o que os define é o nome que trazem outros a posição social que ocupam. Outros a profissão, os talentos e habilidades. Tem os que acreditam que não há definição, que somos um produto civilizatório, um projeto de Deus que não vingou, vítimas de um destino cruel.
E há ainda, aqueles que nunca pensaram sobre isso. Essa é a realidade da maioria.
Porém, em verdade, o que nos define são as Escolhas que fazemos.
Sendo cada homem um ser único, indivisível, apesar de passivo de condicionamento, está em suas escolhas a direção da sua vida. O meio vai interferir, com certeza! A família vai dar as normas e rotinas, a sociedade mostrará as leis, mas, a decisão final, a escolha, vai depender do que cada um trás cravado na alma.
INTUIÇÃO- O Radar da alma para navegar nos mares da vida.
Intuição é um sentido além dos cinco sentidos do corpo. Enquanto os sentidos do corpo visam protegê-lo e guiar pelo mundo sensorial a intuição visa orientar a alma sobre os desafios que não podem ser captados pelos sensores físicos.
Ligado diretamente ao Self a intuição é o seu mecanismo de defesa. Ela sabe da vida pregressa do indivíduo, conhece seu desafio nessa vida, suas sombras, motivações e destino e foi criada para ajudar. Funciona como um radar que aponta a rota mais segura, porém é preciso segui-la. No saber do senso comum a intuição é chamada de voz interior, aviso ou sexto sentido. No saber filosófico e científico é chamada de super consciência ou percepção extrassensorial. Eu a chamo de radar da alma. É o mapa que aponta a direção e o sentido que a Persona deve seguir, alerta dos perigos mostrando alternativas. Como a intuição não é física não está sujeita aos desígnios da convenção Tempo-Espaço, ou seja, não se sujeita à temporalidade. Para ela não existe passado nem futuro, apenas o aqui, o agora. A falta de autoconhecimento e os condicionamentos errados fazem com que o indivíduo não acredite em si e na sua intuição e assim segue o que a família ou o meio social determina.
A intuição mostra a verdade enquanto os cinco sentidos captam apenas a realidade.
COMPREENSÃO E ENTENDIMENTO –
A diferença Compreender é uma capacidade mental que todos os indivíduos têm, exceto aqueles com algum comprometimento do sistema nervoso central gerando uma deficiência mental. Assim, para compreender basta ter contato com o conhecimento, com a coisa ou fato. A mente recebe a informação através dos cinco sentidos, elabora através do raciocínio periférico um pensamento e compreende. Por exemplo: Se mostrarmos um motor de carro para uma pessoa ela sabe o que é, mas não sabe como ele é feito nem como funciona. Para saber isso ela vai precisar estudar aprofundar o conhecimento para chegar á essência do motor.
Entendimento é isso: conhecer a essência das coisas e fatos. O entendimento exige um conhecer mais profundo,exige observação, análise , dedução,experiência e conclusão. O entendimento é o uso apropriado da inteligência. Nem todas as pessoas buscam entender porque isso exige insistência, persistência e às vezes até algumas renúncias.
Aqui está a diferença entre os saberes do senso comum e dos filosófico e científico. As pessoas comuns compreendem, ou seja, sabem. Os filósofos e cientistas conhecem, entendem. O doente sabe do seu corpo, o médico entende o corpo e por isso pode curá-lo.
Portanto, há coisas que compreendemos e outras que entendemos. Procure não confundir, pois esta confusão pode causar problemas. Não se fala daquilo que não se entende. Muitas injustiças nascem dessa confusão.
DIGNIDADE – O Autorrespeito
A dignidade assim como a liberdade e a felicidade são ideias vindas mundo Intangível. Porém,a dignidade é possível e necessária para a condição dos homens visando a superação das dificuldades e a evolução. Somos unidades em busca da individuação que a condição terráquea nos ajuda a adquirir.
A grande questão são os apelos da materialidade que nos tornam comuns, bandos, rebanho, tribos, clãs. Perdemos parte da identidade espiritual e somos conduzidos e manipulados.
Dignidade é o autorrespeito necessário para aceitar apenas o auto comando. Há dentro de cada um o senso de direção, a percepção do destino, mas isso só funciona se não houver distrações e desvios geralmente originados na primeira infância através do relacionamento familiar. Digno é aquele que cuida da própria vida, que segue a própria intuição, que faz as escolhas conforme seu entendimento e que sabe quando dizer sim e não. Digno é aquele que se conhece e se aceita sem se deixar dominar e influenciar por outros e sim que segue seu senso crítico. O digno não se sujeita não se curva, não aceita mentiras, corrupção ou favorecimentos. Não faz acordos, não entra na onda e não se importa com o que pensam a seu respeito, respeita as diferenças e é sempre honesto consigo e com os demais.
Pode parecer difícil encontrar pessoas dignas no momento em que vivemos, mas elas sempre existiram em todos os tempos e lugares. Graças a elas nossa espécie evoluiu moralmente, embora em passos lentos e provavelmente é por conta disso que ainda não caímos em total descrédito perante nós mesmos. Lembrando que não somos seres imperfeitos, apenas inacabados. Imperfeito é aquilo que está pronto e apresenta falhas, inacabado é aquilo que ainda não está pronto. Esse é o nosso caso: inacabados. A evolução se encarrega de nos terminar tendo a dignidade como caminho.
SOMBRA - O que Herdamos dos antepassados
O Ego é a manifestação comportamental da Persona. É como ela se relaciona com as outras personas. O Ego é aquilo que se defini como caráter de uma pessoa. E este Ego, o caráter, vai depender muito de como a Persona compreende e entende as coisas do mundo. Uma Persona bem estruturada e forte gera um Ego virtuoso, do contrário teremos um egoísta, mau caráter, um sociopata.
Sabemos que a Sombra é o reflexo das experiências dos antepassados sobre a Perosna. Está claro, também, que ela atua de forma independente sobre as escolhas e o comportamento do indivíduo sem que o mesmo se de conta desse fato.
Mas, como surgiu a Sombra? Precisamos voltar na história humana. As matrizes humanas de Persona foram Adão, o primeiro homem e Eva, a primeira mulher, que geraram Anima, Animus e depois o Ego. Eles eram apenas Self, semi deuses em busca da Divindade.
O nascimento para a humanidade, através do sopro de Deus, o Criador, deu-lhes os primeiros símbolos de identificação que foram Animus para Eva e Anima para Adão. Deles surgiram os arquétipos secundários do pai e da mãe e o primeiro arquétipo da coletividade: a família. Aqui nasce o Inconsciente Coletivo.
Carl Gustav Jung entendia que arquétipos são símbolos psíquicos que regem a consciência individual e coletiva, mas que surgem primeiro na coletiva e depois influencia a individual. Eu, entretanto, entendo de maneira diferente. Os arquétipos não regem a consciência. O que a rege são os hábitos, costumes e tradições, criados pelo Ego desorientado que não entende a verdadeira necessidade do Self e condiciona tudo dando ênfase ao coletivo. Os arquétipos estão a serviço do Self e o individual sempre vem antes do coletivo. Tanto que a Evolução humana é um processo individual e solitário. Todos sabemos disso por experiência própria.
Então, onde reside a dificuldade para a solução do problema humano?
Para entender o problema humano precisamos entender a Sombra. Ela é o arquivo de memória resultante do livre arbítrio dos antepassados. Não há aprendizado e consequente evolução sem a Capacidade de Escolha. Evito o termo "liberdade de escolha", porque humanamente não somos livres. Liberdade como Felicidade são Potências, possibilidades.
As primeiras matrizes humanas fizeram as primeiras escolhas dentro das polaridades do planeta. Lembrando que não foi o homem que criou ou inventou o Bem e o Mal. Estas forças antagônicas e complementares ao mesmo tempo, existem independentes de nós. A capacidade de escolha a qual me referi, consiste em optar pela polaridade mais conveniente.
Assim, o indivíduo vai necessariamente sofrer as consequências familiares das escolhas de seus antepassados. A isto Jung chamou de Inconsciente Familiar ao qual todos estamos ligados. Aqui encontramos a força dos sobrenomes que podem marcar positiva ou negativamente a história de uma família, as honras e desonras, as bênçãos e maldições.
Vemos constantemente histórias se repetindo nos filhos, netos e bisnetos. E enquanto algum membro desta família não reajustar essa constelação familiar, os erros continuarão a ser repetidos. Somente através do processo de individuação se poderá resgatar o Inconsciente Individual que foi desviado do caminho original pela Persona dominada pela Sombra; e quebrar esse Elo para que os descendentes possam vivenciar suas próprias histórias plenamente conscientes de si.
DESCONFORTO EMOCIONAL – O que fazer
O desconforto emocional é uma condição que acontece quando o indivíduo se encontra diante de um dilema, uma situação em relação á pessoas, coisas e fatos que lhe desagradam, mas que ele não sabe como agir. Isso é bastante comum nas relações familiares e ou amorosas. Indeciso e amedrontado, com medo da reação do outro, acaba se acomodando e a insatisfação e o desconforto vão aumentando a tal ponto que muitas vezes acaba em agressões verbais e ainda físicas. A submissão e fazer de conta que está tudo bem não é a solução.
Assim, a questão deve ser resolvida a partir
da verificação do motivo pelo qual o indivíduo está se mantendo na situação: é
por medo, dependência financeira, dependência emocional ou mera acomodação? Seja
qual for a razão a causa deve ser resolvida. Pedir ajuda é o melhor caminho,
pois quem está de fora enxerga melhor e depois tomar atitude lembrando sempre
que ninguém faz com você aquilo que você não permite. Ser permissivo é
prejudicial para quem permiti e para quem abusa e o final da história é sempre
lamentável para ambos.
A DOR CRAVADA
Existem dores passáveis, aquelas que apesar de ferirem não ficam marcadas na memória como o primeiro tombo na infância, a dor da primeira dentição, o primeiro corte no dedo, a batida da teta na quina da mesa e até a terrível dor do parto que a mulher supera com maestria. Mas, há dores que cravam tão fundo na alma que dilaceram o espírito humano e são necessárias algumas vidas para resignifcar. Estas são as dores da alma; aquelas que de imediato não ferem o corpo. Vão se alojando de mansinho, traiçoeiras como as emboscadas da vida que quando se percebe já se caiu nelas. Estas não causam choro no início, parece até que nem feriu... Algumas provocam uma reação da raiva, mas em seguida a raiva é sublimada e parece que está tudo bem...
Com o passar do tempo a pessoa começa a sentir um desconforto que vem de dentro, exatamente de onde não se sabe e muito menos o por quê. Acompanha-lhe uma instabilidade, um choro interno, uma sensação de não pertencimento, uma ansiedade, a pressa não se sabe de que e finalmente o medo, aquela sensação de impotência diante de pessoas, coisas e fatos. Como consequência começa o isolamento de si e dos outros. Sabe-se que tem algo errado, mas não se sabe o que. Alguns, após algum tempo começam a buscar compensações para esta insatisfação da alma; daí surge os vícios, que por serem compensações nada resolvem e ainda agravam a situação por conta das cobranças da família e do meio social.
Outros se isolam e se escondem atrás de comportamentos permissivos ou abusivos. Há ainda os que descontam suas dores nos outros e no meio com violência física, moral e emocional.
Porém, o que todos estes seres doloridos não sabem é que sofrem de dor da alma, a pior das dores. Para ela não existe remédio tomável ou aplicável na veia ou no músculo. Nesse caso o diagnóstico e tratamento passam por outra esfera. O diagnóstico só pode ser feito através de um retorno às origens do ser... A infância é a fonte, lá vai se encontrar a humilhação, aquela palavra ouvida e gravada, aquela culpa delegada e que não se sabe culpa de que, aquela sensação de impotência e pequenez diante daquele gigante inquisidor, aqueles" nãos, aqueles "você não merece", aquele " você é um incapaz", aquele " você vai ser castigado", aqueles abusos da carne, aquelas agressões verbais e físicas...Tudo isto foram dores sentidas e choradas na alma.
Sentidas e guardadas como sementes que esperam o tempo certo para germinar... E então eclodem e doem bem mais que os traumas físicos... Agora não adianta alguém soprar ou passar remedinho. É preciso extirpar com precisão cirúrgica de dentro da alma esta dor invisível. E isto se faz com vontade, coragem através do autoconhecimento e com ajuda de um profissional que conheça estas dores cravadas na alma.
DEPENDÊNCIA EMOCIONAL - COMO EVITAR
A Dependência Emocional é decorrente de um relacionamento abusivo que tem origem na relação familiar defeituosa. Depender emocionalmente de alguém é não ter vontade própria, opinião ou ponto de vista. É estar a mercê do querer alheio.
Emoção, como já falei em outro artigo, é uma reação imediata a um estímulo que vem do meio ambiente. Os sensores físicos captam o estímulo e respondem a ele. No caso da dependência emocional o indivíduo é cerceado dessa resposta sua e tem que responder conforme o abusador emocional quer. O abusador emocional é um ser manipulador que precisa da energia do outro para se sentir forte e se aproveita da fraqueza da persona de sua vítima. Faz a vítima acreditar que precisa dele, que a protege e que sem ele ala estaria sozinha e sem rumo. Coloca-se no papel de salvador.
É comum ver essa situação entre pais e filhos e em relacionamentos amorosos caóticos.
Qualquer tipo de dependência é ruim e indigno, mais ainda a emocional que vai acabar desaguando nos sentimentos gerando insegurança profunda, medo e se a vítima conseguir se libertar acabará odiando seu opressor.
Para evitar esse tipo de dependência é preciso lembrar que cada um é indivíduo, único, independente por natureza e que sua vida é responsabilidade sua e não cabe a outro dizer o que sentir ou fazer. Evitar ser permissivo é o primeiro passo para evitar a dependência. Qualquer convivência tem que partir do querer e não do precisar ou do dever porque o outro quer.
O FÁCIL E O CERTO
A Ética a área do saber que fala sobre o Agir humano. Está claro que é através das atitudes oriundas das escolhas individuais que nos posicionamos no mundo. E esse mesmo mundo vai nos julgar não pelas nossas intenções das quais só nós sabemos, mas pelas ações que tomamos diante de pessoas coisas e fatos.
Assim, existe o Reto-agir e o Falso-agir. O reto-agir se fundamenta em atitudes refletidas, baseadas em escolhas feitas com retidão, justeza e prudência - o jeito certo -. O falso-agir, entretanto, é consequência das escolhas erradas, impensadas, que vão gerar atitudes impróprias guiadas pelo medo ou conveniência - o jeito fácil -.
O homem sempre vai chagar a um momento em que terá que escolher entre o que é certo e o que é fácil. Essa escolha vai depender de quem ele é.
EMOÇÕES E SENTIMENTOS
Emoções são reações físicas e comportamentais a estímulos vindos do meio externo e captados pelos cinco sensores do corpo. Elas podem causar experiências subjetivas e até mesmo alterações neurobiológicas. Ocorrendo em uma região subcortical do cérebro podem gerar mudanças no corpo e no comportamento. Ou seja, as emoções marcam. Ao ser exposto a alguma emoção, o cérebro libera hormônios que alteram o estado emocional da pessoa. Isto quer dizer que podem ocorrer reações físicas, como palpitações, choro, suor e até mesmo dores inexplicáveis
Diferente dos sentimentos, gerados a partir das emoções, essas reações são automáticas. Ou seja, perante algum acontecimento, cada pessoa passará por uma emoção distinta, que será desenvolvida no cérebro instantaneamente.
Por isso, são geralmente relacionadas à comunicação, pois são perceptíveis por outros indivíduos ao redor da pessoa emotiva. Logo, é possível identificar a origem da emoção caso seja analisada no momento, pois são geradas por fatos. Uma pessoa pode ter uma emoção diferente da outra em um caso idêntico. Isto porque também dependem da experiência de vida de cada um, suas crenças e sentimentos, que são bem mais complexos que as emoções. Isto explica porque em alguns casos certos indivíduos respondem de maneira diferente a determinados acontecimentos. As emoções podem ser: primárias, secundárias e de fundo.
As primárias são aquelas mais perceptíveis por aqueles ao redor, como pânico, tristeza e alegria.
As emoções secundárias nem sempre são visíveis, pois podem ser emoções de nervosismo, vergonha ou culpa. A pessoa reprime, esconde. As emoções de fundo são aquelas não perceptíveis, que proporcionam uma forma de bem ou mal-estar, como calma ou angústia sem que a própria pessoa consiga identificar o que causou. Às vezes uma palavra ouvida, um gesto de alguém.
Emoções e os sentimentos estão estritamente relacionados. Isto porque, como uma emoção gera um sentimento, que por sua vez pode dar início a emoções, um ciclo psicológico está em constante desenvolvimento.
Sentimento é o resultado de uma experiência emocional. Neste sentido, as reações geradas pelas emoções de forma consciente serão os gatilhos para a criação de sentimentos. Geralmente, são sensações que acontecem na mente inconsciente e podem ser facilmente escondidas do mundo ao redor. Entender a relação entre as emoções e os sentimentos é crucial para o autoconhecimento. Isto porque um sentimento é algo profundo e que pode ser disfarçado pelo indivíduo. Por isso, é de extrema importância ter alguém de confiança com quem a pessoa possa dividir seus sentimentos.
Diferentemente das emoções, os sentimentos podem não ser passageiros e, em alguns casos, podem durar a vida toda. Casos de sentimentos negativos (como tristeza profunda) podem causar doenças, como a Depressão. Apesar de serem menos intensos que as emoções, os sentimentos duram muito mais tempo. O que pode ser bom (como um sentimento de amor) ou ruim (como um sentimento de ódio). Além disso, a causa do sentimento não é facilmente identificada, o que pode gerar angústia e sofrimento para quem lida com sentimentos negativos. Por ser de âmbito extremamente íntimo, o sofrimento pode passar despercebido por todos. Os sentimentos são vistos como uma disposição mental perante algo ou alguém. Entre os exemplos de sentimento, pode-se citar: amor, ódio, inveja, culpa. Estes são apenas alguns dos sentimentos mais comuns dos seres humanos, uma vez que dependendo do indivíduo, vários outros podem se apresentar. Há o sentimento de curiosidade, gratidão, medo, entre centenas de outros.
Como visto, as emoções são reações do cérebro perante um acontecimento e podem até ser físicas. No entanto, são passageiras e podem gerar sentimentos ou não. Já um sentimento, criado a partir de uma emoção, é duradouro Por exemplo: se um ser humano está caminhando por uma floresta e se depara com um tigre, imediatamente será tomado por uma emoção de pânico. A emoção fará o cérebro liberar hormônios para o indivíduo reagir à situação e se salvar. Isto gera o que a psicologia chama de comportamento de luta ou fuga. Se num determinado momento da vida um indivíduo passa por uma grande decepção e não consegue se libertar do desencanto isso poderá gerar sentimento de ódio, desconfiança e medo de se relacionar novamente seja em que nível for Então como se libera as emoções que nos causam danos e se transformam em veneno para nosso ser? É preciso resignificar a emoção através do entendimento do que realmente aconteceu. Muitas vezes a ajuda de um Analista faz-se necessário para o processo ser mais rápido e menos sofrido.
Lenir Córdova
ALMA A DERIVA
O que é o homem além da repetição de seus ancestrais?
Que dor é essa! Que desatino é esse que o transforma num parasita , sem vontade, à mercê das circunstâncias!
Pobre diabo este homem feito a imagem do Criador!
Que vazio insuportável desse ser errante que se agarra á migalhas e segue rumo a lugar nenhum!
Mísero intelecto cheio de ideias e vazio de vida.
Que vida é essa sem propósito? Que razão irracional o conduz ao Caos!
Vida
bandida cingida no ferro da ignorância desse filho de Deus.
NAVEGAR É PRECISO; VIVER NÃO É PRECISO.
O navegar é preciso porque o ato se baseia em instrumentos que indicam a direção e os possíveis obstáculos produzidos pelas intempéries do tempo. O viver não é preciso porque não há instrumentos indicando a direção e se pode mudar de rumo abruptamente.
No viver não há precisão, pois boa parte deste ato está sujeito ao imponderável que nunca avisa quando chega e quase sempre pega distraídas as almas errantes. E assim, como no navegar os obstáculos surgem sem anúncio, no viver também. São previsíveis mas não anunciados. É preciso que a alma esteja certa de seu rumo e firme no leme da vontade para vencer a imprecisão e não ser tragada e projetada para muito além do seu destino.
O viver não é preciso, mas é previsível, é navegável nos mares tortuosos das ilusões deste mundo se o capitão for ponderado, corajoso, prudente e justo. Neste caso e, somente neste caso o viver torna-se preciso assim como o navegar.
DESAPEGO
Sendo todos viajantes do tempo e pelo espaço, e compreendendo essa verdade, certamente a senda humana ficará, pelo menos, mais suportável. Na passagem, as paradas são tão somente paradas: o viajante sabe que não pode ficar nem fixar morada. Apegos, apesar de comuns, são barreiras á evolução. O coração do viajante sabe aonde mora, sabe como e quando voltar
Se entender que "a dor que ainda não surgiu pode ser evitada", seguirá o projeto original, se esquivando da tão comum solidão. A solidão é uma condição natural : quando se é só, se é inteiro. Quando se apega o humano se divide; fica apenas com metade de si. Aqui reside a causa do sofrimento, a grande busca de sua outra metade que deixou com o outro. Então, ao encontrá-la no outro, devido à falta de orientação e á ilusão; ocorre não apenas o pegar de volta , mas toma posse de uma parte do outro. Vemos então uma multidão de metades com metades: poucos percebem essa tragédia . Nesse momento é que se faz necessário o uso das virtudes: renúncia, discernimento e coragem para largar a parte do outro .
Meus pés vão pisando a terra.
E foi assim, meus pés vão pisando a terra encharcada de suor da pele dos homens. Homens que trazem no peito a saudade de um lugar distante, quem sabe de um amor, uma dor, uma alegria. Quem sabe um desejo de voltar ou não voltar. E assim, encharcamo-nos nos nossos pesares, nos restos de esperança de que um dia esta vida possa mudar.